No inicio de Março de 2005 terão sido efectuadas descargas de benzeno no rio antuã, tendo mesmo ficado em risco, segundo o munícipe, o fornecimento de água ao complexo químico.
“Foram pelo menos três vezes feitas descargas violentas de benzeno para o rio” afirma assegurando que “os níveis dos cloretos e a condutividade estiveram em níveis altíssimos” condições detectadas durante algumas horas. João Azevedo assegura que “alguns funcionários da ECE (uma empresa da Quimigal) acompanharam o rio desde as captações e encontraram a fonte poluidora” embora não em flagrante. Na sua declaração na AM o estarrejense lembra que “a única empresa que trabalha com o benzeno é a Quimigal/Anilina e, como se sabe, os seus efluentes não vão ter ao rio.” Tal matéria-prima é transportada “da Refinaria de Matosinhos para o complexo por camiões, portanto facilmente é identificada a fonte poluidora”. Ficou ainda uma reclamação, o estarrejense em causa, terá tentado contactar os serviços da autarquia para alertar quem de direito, mas tal não foi conseguido, ninguém atendeu os telefones do outro lado da linha.
No que toca ao alegado não atendimento dos telefones, José Eduardo Matos fez questão de dizer “que estranha” não ter sido possível o contacto, é que “há muita gente que por e-mail, por via directa, por gravação ou pelos serviços, devo dizer que algo deverá ter corrido mal”. E se tal aconteceu em Fevereiro ou Março “estranho que traga a questão cá hoje” é que “quando há vontade de o fazer, existem várias formas”. O presidente da Câmara não duvidando das afirmações do munícipe.
João Azevedo fez questão ainda de dizer que durante a primeira quinzena de Março "pelo menos por três vezes" foram feitas "fortes descargas de benzeno" no rio Antuã. Na sua intervenção chega a afirmar que "esteve em risco o abastecimento de água ao complexo químico de Estarreja" e que alguns funcionários de uma empresa seguiram rio acima e terão detectado a fonte poluidora. Sem nunca referir nomes sempre vai dizendo que tal produto é "transportado em camiões entre Matosinhos e Estarreja" e da empresa que o recebe "também não saiam efluentes do género". Na altura disse "tentei ligar para a Câmara para alertar" mas ninguém atendeu os telefones.
Na resposta José Eduardo Matos referiu não conhecer tal situação e "achar muito estranho" que ninguém atendesse a chamada. Estranha ainda o porquê de "só agora" tal situação ser conhecida.
Junho de 2005.
Comentário sobre este documento:
Na minha opinião, se o benzeno é transportado de Matosinhos para Estarreja a mando da empresa Quimigal, esta deve assumir a responsabilidade se alguns resíduos transbordarem para o rio. Como lê-mos em cima, a Câmara Municipal já sabe da ocorrência à muito tempo e continua sem fazer nada, visto que se fosse algo legal a Câmara devia estar a par deste acto e não mostrar um certo espanto com a situação. Como vimos no texto já postado neste blog sobre o Benzeno, este é um composto muito perigoso para a população e uma vez inalado pode causar sérios problemas à população. A pergunta que me vem à cabeça é será que a Câmara pactua com este acto mortal? Será que estes actos ilegais trazem alguns benefícios (monetários) à Câmara Municipal de Estarreja? Ou será a Câmara apenas uma vítima no meio disto tudo?
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